Conduta de graduandos em Odontologia em relação ao uso de pontas diamantadas nas práticas clínicas e seu estado de conservação

Autores

  • Luanna Abílio Diniz Melquiades de Medeiros Universidade Federal de Campina Grande
  • Maria do Desterro Andrêzza Souza Costa Universidade Federal de Campina Grande
  • Ana Karina Almeida Rolim Universidade Estadual da Paraíba
  • Ana Beatriz Máximo Figueirêdo Universidade Federal de Campina Grande
  • Gymenna Maria Tenório Guênes Universidade Federal de Campina Grande
  • Elizandra Silva Penha UFCG

DOI:

https://doi.org/10.30979/rev.abeno.v20i2.929

Palavras-chave:

Instrumentos Odontológicos. Ensino Odontológico. Esterilização. Microscopia Eletrônica de Varredura.

Resumo

O objetivo do estudo foi conhecer a conduta dos graduandos de Odontologia em relação ao uso de pontas diamantadas e suas condições de conservação. Foram aplicados questionários aos 98 acadêmicos regularmente matriculados nas disciplinas clínicas do curso (7° ao 10° períodos), a fim de avaliar as características sobre uso, armazenamento, esterilização e condições das pontas diamantadas utilizadas na prática clínica. Pontas diamantadas foram recolhidas para análise em microscópio eletrônico de varredura (MEV), onde foram observados aspectos relativos ao seu estado de conservação. Foram realizados cálculos de frequência para análise estatística. Observou-se que 44,9% dos estudantes utilizavam empacotamento individual para proceder a esterilização; 27,6% usavam o instrumento por um período de 1 a 2 anos até o seu descarte e 87,8% usavam o mesmo instrumento de 1 a 2 vezes por semana; 66,3% afirmaram que não utilizavam nas clínicas os mesmos instrumentos empregados em atividades laboratoriais; 73,5% empregavam água, sabão e escova para lavagem e 45,9% utilizavam luva de procedimento, gorro, máscara e jaleco; 51% empregavam seringa de ar para secagem; 39,8% não faziam desinfecção; 100% utilizavam autoclave; 87,8% relataram boas condições de uso; 59,2% já trocaram seus instrumentos e 81,6% concordam em utilizar o próprio instrumento em sua cavidade bucal. Nas imagens do MEV pode-se observar perdas estruturais de diamantes, processo de oxidação do aglutinante e até perda severa de parte ativa dessas pontas diamantadas. Os graduandos apresentaram conduta adequada frente ao armazenamento, utilização e esterilização de suas pontas diamantadas. Entretanto, após análise em MEV as pontas não apresentavam bom estado de conservação.

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Biografia do Autor

Luanna Abílio Diniz Melquiades de Medeiros, Universidade Federal de Campina Grande

Professora Dra. da Clínica de Prótese e Dentística da Universidade Federal de Campina Grande

Maria do Desterro Andrêzza Souza Costa, Universidade Federal de Campina Grande

Cirurgiã-dentista pela Universidade Federal de Campina Grande

Ana Karina Almeida Rolim, Universidade Estadual da Paraíba

Mestranda em Clínica Odontológica pela Universidade Estadual da Paraíba

Ana Beatriz Máximo Figueirêdo, Universidade Federal de Campina Grande

Cirurgiã-dentista pela Universidade Federal de Campina Grande

Gymenna Maria Tenório Guênes, Universidade Federal de Campina Grande

Professora Dra. da Clínica de Dentística da Universidade Federal de Campina Grande

Elizandra Silva Penha, UFCG

Professora Dra. da Clínica Infantil da Universidade Federal de Campina Grande

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Publicado

06-08-2020

Como Citar

Medeiros, L. A. D. M. de, Costa, M. do D. A. S., Rolim, A. K. A., Figueirêdo, A. B. M., Guênes, G. M. T., & Penha, E. S. (2020). Conduta de graduandos em Odontologia em relação ao uso de pontas diamantadas nas práticas clínicas e seu estado de conservação. Revista Da ABENO, 20(2), 64–73. https://doi.org/10.30979/rev.abeno.v20i2.929

Edição

Seção

Artigos