DASH entre estudantes de curso de odontologia, Belo Horizonte, 2007
DOI:
https://doi.org/10.30979/rev.abeno.v8i1.1373Palavras-chave:
Saúde ocupacional. Odontologia. Epidemiologia.Resumo
A odontologia é considerada uma profissão de risco ocupacional para os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho. Esses quadros podem ser mensurados pelo instrumento denominado DASH (Disabilities Arm, Shoulder and Hand). Entretanto, há pouca informação sobre essas condições entre estudantes de odontologia brasileiros. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar as incapacidades de braço, ombro e mão entre esses estudantes, bem como os fatores associados, no ano de 2007. Questionários auto-aplicáveis foram entregues ao universo de estudantes de odontologia, do 1º. e 8º. períodos, de um curso em Belo Horizonte, no segundo semestre de 2007. Para a avaliação das incapacidades, foi utilizado o instrumento DASH validado no Brasil. Para a mensuração das variáveis independentes, foi aplicado um questionário com questões sobre o período do curso, gênero, trabalho, prática de esportes, sono e atendimento clínico na odontologia. Esta última variável só foi avaliada para discentes do 8º. período. A análise estatística, realizada no programa SPSS versão 11.0, envolveu os testes de Kolmogorov-Smirnov, Mann-Whitney e Kruskal-Wallis, considerando p < 0,05. Do universo de 90 estudantes, 74 (82,2%) preencheram corretamente os questionários. A única associação estatística identificada envolveu maiores incapacidades de braço, ombro e mão entre os indivíduos que nunca praticaram esportes em relação àqueles que praticavam esportes no momento da pesquisa (p = 0,02). Conclui-se que parece não haver impacto das atividades clínicas desenvolvidas pelos estudantes, bem como das variáveis sócio-demográficas e do sono nessas incapacidades. A prática de esportes pode ser vista como um fator de proteção para o quadro avaliado entre estudantes de odontologia.Downloads
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