DASH entre estudantes de curso de odontologia, Belo Horizonte, 2007

Autores

  • Mauro Henrique Nogueira Guimarães de Abreu Professor Titular do Curso de Odontologia do Centro Universitário Newton Paiva.
  • Adriano Rodrigues da Costa Cirurgiões-Dentistas pelo Centro Universitário Newton Paiva
  • Alexandre Ramos Braga Cirurgiões-Dentistas pelo Centro Universitário Newton Paiva
  • Geraldo Fabiano de Souza Moraes Coordenador do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Newton Paiva

DOI:

https://doi.org/10.30979/rev.abeno.v8i1.1373

Palavras-chave:

Saúde ocupacional. Odontologia. Epidemiologia.

Resumo

A odontologia é considerada uma profissão de risco ocupacional para os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho. Esses quadros podem ser mensurados pelo instrumento denominado DASH (Disabilities Arm, Shoulder and Hand). Entretanto, há pouca informação sobre essas condições entre estudantes de odontologia brasileiros. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar as incapacidades de braço, ombro e mão entre esses estudantes, bem como os fatores associados, no ano de 2007. Questionários auto-aplicáveis foram entregues ao universo de estudantes de odontologia, do 1º. e 8º. períodos, de um curso em Belo Horizonte, no segundo semestre de 2007. Para a avaliação das incapacidades, foi utilizado o instrumento DASH validado no Brasil. Para a mensuração das variáveis independentes, foi aplicado um questionário com questões sobre o período do curso, gênero, trabalho, prática de esportes, sono e atendimento clínico na odontologia. Esta última variável só foi avaliada para discentes do 8º. período. A análise estatística, realizada no programa SPSS versão 11.0, envolveu os testes de Kolmogorov-Smirnov, Mann-Whitney e Kruskal-Wallis, considerando p < 0,05. Do universo de 90 estudantes, 74 (82,2%) preencheram corretamente os questionários. A única associação estatística identificada envolveu maiores incapacidades de braço, ombro e mão entre os indivíduos que nunca praticaram esportes em relação àqueles que praticavam esportes no momento da pesquisa (p = 0,02). Conclui-se que parece não haver impacto das atividades clínicas desenvolvidas pelos estudantes, bem como das variáveis sócio-demográficas e do sono nessas incapacidades. A prática de esportes pode ser vista como um fator de proteção para o quadro avaliado entre estudantes de odontologia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AMORIM, B.J.; ETCHEBEHERE, E.C.S.C.; TORRE, G.D.; LIMA, M.C.L. et al. Low sensitiviy of three-phase bone scintigraphy for the diagnosis of repetitive strain injury. São Paulo Med J., São Paulo, v.124, n.3, p.145-149, 2006.

BARBOSA, E.C.S.; SOUZA, F.M.B.; CAVALCANTI, A.L.; LUCAS, R.S.C.C. Prevalência de Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho em cirurgiões-dentistas de Campina Grande-PB. Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, v.4, n. 1, p. 19-24, jan./abr. 2004.

CHIAVEGATO FILHO, L. G.; PEREIRA JR, A.; LER/DORT//:multifatorialidade etiológica e modelos explicativos. InterfaceComunicação, Saúde, Educação, v. 8, n. 14, p 149-62, set 2003-fev. 2004.

DRUMMOND, A.S. Exploração do Disabilities Arm, Shoulder and Hand (DASH) através da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) e da análise RASH. 2006. 90f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG.

FERREIRA, R.C. 1997b Agentes de carga no trabalho em odontologia e principais formas de prevenção. Trabalho realizado para o Desenvolvimento do Curso de Auxiliar de Consultório Dentário. Belo Horizonte, MG: Ministério da Saúde.

FONSECA, A.G. Lesões por esforço repetitivo. Revista Brasileira de Medicina, v. 55, n.6, p. 373-376, nov./dez.1998.

GRAÇA, C.C.; ARAÚJO, T.M.; SILVA, C.E.P. Desordens Musculoesqueléticas em cirurgiões-dentistas. Sitienbus, Feira de Santana, n.34, p.71-86, jan./jun. 2006.

HAGBERG, M.; VIOLANTE, F.S. Current issues in case definitions for common musculoskeletal disorders in workers for clinical practice and research. Med Lav, v.98, n.2, p.89-93, 2007.

MENDES, R. Sistema músculo-esquelético: Lesões por esforços repetitivos (LER). In: _____. Patologia do trabalho, Rio de Janeiro: Atheneu; 1995.

MACDERMID, S.; WESSEL, J. Clinical diagnosis of carpal tunnel syndrome: a systematic review. J Hand Ther., San Francisco, v.17, n.2, p. 309-319.

MORSE, T.; BRUNEAU, H.; MICHALAK-TURCOTTE, C.; SANDERS, M. et al. Musculoskeletal disorders of the neck and shoulder in dental hygienists and dental hygiene students. J Dent Hyg, v.81, n.1, p.10, Jan. 2007.

NICOLETTI, S. SESC on line. LER. [on line]. 1999. Disponível: http://sesc.uol.com.br/sesc/convivencia/ler [capturado em 20 out. 1999].

OLIVEIRA, K. C.; GONÇALVES R. D. Avaliação do CirurgiãoDentista no seu Ambiente de Trabalho pela Visão da Fisioterapia Preventiva. Trabalho de Conclusão de Curso para Obtenção de Título de Bacharel em Fisioterapia pela Universidade Católica de Goiás, 2003.

ORFALE, A.G.; ARAÚJO, P.M.P.; FERRAZ, M.B.; NATOUR, J. Translation in Brazilian portuguese, cultural adaptation and evaluation of reability of the disabilities of the arm, shoulder and hand questionnaire. Brazilian Journal of Medical and Biological research, v.38, n.2, p.293-302, 2005.

PAULA, M.V.Q.; ARAÚJO, M.A. LER/DORT: um grave problema de saúde pública que acomete cirurgiões-dentistas. Revista de Atenção Primária à Saúde, Juiz de Fora, v. 6, n. 2, p. 87-93,2003.

PEREIRA, M.G. Epidemiologia. Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1995. 583p.

REGIS FILHO, G.I.; MICHELS, G.; SELL, I. Lesões por esforços repetitivos/distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho em cirurgiões-dentistas. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v.9, n.3, set. 2006.

RIBEIRO, H P. Lesões por esforços repetitivos (LER): uma doença emblemática. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.13, Supl. 2, p.85-93, 1997.

RISING, D.W.; BENNET, B.C.; HURSH, K.; PLESH, O. Reports of body pain in a dental student population. J Am Dent Assoc, v.136, n.1, p.81-86, 2005.

ROSE, G. Environmental factors and disease: the man made environment. British Medical Journal, v.294, n.6577, p.963- 965, April 1987.

ROSE, G. The strategy of preventive medicine. Oxford: Oxford Medical Publications, 1995. 138p.

SANTOS FILHO, S.B.; BARRETO, S.M. Atividade ocupacional e prevalência de dor osteomuscular em cirurgiões-dentistas de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil: contribuição ao debate sobre os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. Caderno de Saúde Pública, v. 17, n. 1, Rio de Janeiro, Jan./Feb. 2001.

STATISTIC PACKAGE FOR THE SOCIAL SCIENCES – SPSS versão 11.0 for Windows. Claritas Incorporation: New York, 2001.

TEZEL, A.; KAVRUT, F.; TEZEL, A.; KARA, C. et al. Musculoskeletal disorders in left- and right-handed Turkish dental students. Int J Neurosci, v.115, n.2, p.255-266, Feb. 2005.

WERNER, R.A.; FRANZBLAU, A.; GELL, N.; HAMANN, C. et al. Prevalence of upper extremity symptoms and disorders among dental and dental hygiene students. J Calif Dent Assoc., v.33, n.2, p.123-131, Feb 2005.

WOODLEY, B.L.; NEWSHAM-WEST, R.J.; BAXTER, G.D. Chronic tendinopathy: effectiveness of eccentric exercise. Br J Sports Med, v. 41, n.4, p.188-198, Apr. 2007.

Downloads

Publicado

26-01-2008

Como Citar

Guimarães de Abreu, M. H. N., da Costa, A. R., Braga, A. R., & de Souza Moraes, G. F. (2008). DASH entre estudantes de curso de odontologia, Belo Horizonte, 2007. Revista Da ABENO, 8(1), 16–22. https://doi.org/10.30979/rev.abeno.v8i1.1373

Edição

Seção

Artigos