Atenção à saúde bucal de pacientes com coagulopatias hereditárias
a contribuição discente na reestruturação da assistência
DOI:
https://doi.org/10.30979/revabeno.v23i1.1798Palavras-chave:
Odontologia em Saúde Pública, Transtornos da Coagulação Sanguínea, Estudantes de OdontologiaResumo
Por apresentarem maior risco de sangramento durante a realização de procedimentos odontológicos, pacientes diagnosticados com coagulopatias ou trombopatias hereditárias apresentam, frequentemente, dificuldade de acesso à assistência odontológica na Atenção Primária em Saúde. Alguns centros especializados no tratamento dessas doenças contam com o cirurgião-dentista como parte da equipe multiprofissional, permitindo que a maioria dos pacientes realizem o acompanhamento odontológico em tais serviços. Este estudo tem como objetivo relatar a experiência dos discentes de graduação e pós-graduação em Odontologia da Universidade Federal do Paraná na reabertura do ambulatório odontológico de assistência à pacientes com coagulopatias e trombopatias hereditárias do estado. Com a aposentadoria da profissional responsável pelos atendimentos odontológicos deste serviço, os pacientes ficaram desassistidos. Para suprir a demanda reprimida, o ambulatório foi reaberto como atividade extramuros da graduação e pós-graduação em Odontologia. Este fato possibilitou, além da retomada ao cuidado odontológico de pacientes com predisposição a hemorragias, o aprimoramento dos alunos no atendimento de pacientes com comprometimento sistêmico. A reabertura de um ambulatório de alta complexidade em saúde como campo de prática acadêmico é atípico, uma vez que comumente o processo se dá de forma inversa: o discente ingressando em um serviço bem estabelecido. Na presente experiência, os discentes tiveram atuação fundamental no restabelecimento da assistência à saúde pelo ambulatório de Odontologia do hemocentro.
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