A profissionalização docente e os desafios político-estruturais dos formadores em Odontologia

Autores

  • Luciane Gabeira Secco Departamento de Saúde Pública, Faculdade de Medicina de Botucatu, Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Campus de Rubião Júnior

DOI:

https://doi.org/10.30979/rev.abeno.v4i1.1496

Palavras-chave:

Docentes. Ensino superior. Educação em saúde. Odontologia.

Resumo

A profissionalização da atividade docente é o foco de discussão deste artigo. A pesquisa investiga as concepções de qualidade de ensino de 13 coordenadores de curso de graduação das faculdades de Odontologia do estado de São Paulo que possuem pós-graduação stricto sensu, com a finalidade de apontar tendências e contradições relativas às dimensões político-estruturais, curriculares e pedagógicas da profissão. A análise desses dados busca identificar elementos que possam interferir na formação docente, tendo em vista os novos desafios da profissão. Os dados foram colhidos por questionário, contendo questões fechadas e abertas, e por entrevistas realizadas com alguns coordenadores de curso (entre setembro de 2001 e abril de 2003). Os resultados apontam, no plano político-estrutural, para a crise da Odontologia, seja pelo número de escolas no País, seja pela exaustão do modelo de atendimento, individual e elitista, seja pelo dilema ético dos profissionais que se colocam entre os convênios odontológicos e os custos dos consultórios; no plano curricular apontam para a valorização das condições materiais, da titulação acadêmica e dos processos de avaliação, com algumas contradições em relação à defesa da formação generalista; mostram contradições evidentes no plano pedagógico (em relação aos métodos de ensino-aprendizagem, participação do aluno). Conclui-se que a transformação da crise em um projeto político-pedagógico realizável cria espaço para mudanças nos currículos das faculdades de Odontologia e acentua os desafios em termos de orientações pedagógicas e competências da função docente. Pela análise dos resultados, cabe ainda lembrar que as diferentes etapas na carreira docente, em termos de tempo de trabalho, podem ser significativas para compreender posturas mais tradicionais ou inovadoras no plano pedagógico.

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Publicado

02-02-2004

Como Citar

Secco, L. G. (2004). A profissionalização docente e os desafios político-estruturais dos formadores em Odontologia. Revista Da ABENO, 4(1), 22–28. https://doi.org/10.30979/rev.abeno.v4i1.1496

Edição

Seção

Artigos