Abuso físico infantil: vivências e atitudes de estudantes de Odontologia

Autores

  • Priscila Thaís Rodrigues de Abreu Discente do curso de Odontologia do Centro Universitário Newton Paiva
  • Isabela Faria de Souza Costa Discente do curso de Odontologia do Centro Universitário Newton Paiva
  • Amanda Galvão Discente do curso de Odontologia do Centro Universitário Newton Paiva
  • Ana Carla de Paula Souza Discente do curso de Odontologia do Centro Universitário Newton Paiva
  • Keli Bahia Felicíssimo Zocratto Doutora em Saúde Pública pela Faculdade de Medicina da UFMG. Professora Adjunta da Escola de Enfermagem da UFMG - Curso de Gestão de Serviços de Saúde
  • Camilla Aparecida Silva de Oliveira Professora Adjunta do Centro Universitário Newton Paiva Doutoranda em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.30979/rev.abeno.v17i2.384

Palavras-chave:

Maus-tratos Infantis. Odontologia. Estudantes.

Resumo

O objetivo desse estudo foi verificar as vivências e as atitudes dos graduandos em Odontologia frente a casos de abuso físico infantil. O estudo foi realizado no ano de 2016, com uma amostra representativa (n=195) de alunos do 6º ao 9º período de uma instituição de ensino privada. Os dados foram coletados por meio de questionário autoaplicável validado para a língua portuguesa. Na análise estatística realizaram-se análises descritiva e comparativa com os testes Qui-quadrado, Kruskal-Wallis e comparações múltiplas. A maioria dos alunos não identificou casos de abuso físico infantil (85,6%), não realizou notificações (97,4%) e julga saber o órgão ao qual notificar (74,4%), sendo citado o Conselho Tutelar (65,0%). Em uma escala de 0 a 10, a graduação tem colaborado com uma média de 5,47 no preparo do aluno para o atendimento à criança vítima de abuso. Nesse sentido, 89,7% dos alunos declararam interesse em receber treinamentos sobre o tema. Observou-se diferença significativa entre os períodos no que se refere à efetividade de reconhecer os principais sinais e sintomas do abuso físico infantil e interesse em treinamentos sobre o tema. Com base nos resultados sugere-se a necessidade de maior ênfase no tema durante o curso, visando o preparo do futuro profissional para atuar frente a casos de abuso físico infantil.

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Biografia do Autor

Camilla Aparecida Silva de Oliveira, Professora Adjunta do Centro Universitário Newton Paiva Doutoranda em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Minas Gerais

Graduada em Odontologia pelo CUNP

Especialista em Microbiologia pelo ICB-UFMG

Mestre em Saúde Coletiva pela FO-UFMG.

Doutoranda em Saúde Coletiva pela FO-UFMG.

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Publicado

19-06-2017

Como Citar

Abreu, P. T. R. de, Costa, I. F. de S., Galvão, A., Souza, A. C. de P., Zocratto, K. B. F., & Oliveira, C. A. S. de. (2017). Abuso físico infantil: vivências e atitudes de estudantes de Odontologia. Revista Da ABENO, 17(2), 107–119. https://doi.org/10.30979/rev.abeno.v17i2.384

Edição

Seção

Artigos