Maus-tratos infantis na perspectiva de acadêmicos de Odontologia

Autores

  • Claudia de Abreu Busato Universidade do Planalto Catarinense
  • Teresa Cristina Rangel Pereira Universidade Federal do Espírito Santo, ES, Brasil.
  • Renata Oliveira Guaré Universidade Cruzeiro do Sul

DOI:

https://doi.org/10.30979/rev.abeno.v18i1.394

Palavras-chave:

Maus-tratos Infantis. Educação em Odontologia. Estudantes de Odontologia.

Resumo

A violência infantil não ocorre apenas em países em desenvolvimento e é tão frequente que por vezes é banalizada. Crianças e adolescentes são alvos fáceis para atos de violência por serem frágeis e dependentes. O objetivo desta pesquisa foi verificar, por meio de questionários, o conhecimento de estudantes de Odontologia em relação aos maus-tratos na infância e adolescência. Todos os acadêmicos matriculados nos cursos de Odontologia das Universidades do Planalto Catarinense e Federal do Espírito Santo foram convidados a participar do estudo. O questionário abordou conceito e características de maus-tratos, conduta frente aos mesmos, conhecimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e responsabilidade do cirurgião-dentista na notificação de maus-tratos. Os dados foram analisados por meio de estatísticas descritivas. Participaram da pesquisa 363 alunos, 146 de Lages e 217 de Vitória. Destes, 265 (73,0%) eram do gênero feminino, com idade média de 21,38 ± 3,01 anos. Durante a graduação, 34,9% dos alunos afirmaram não ter recebido nenhuma informação sobre maus-tratos na infância e adolescência. Apesar disto, a maioria (86,8%) sente-se capaz de diagnosticar casos de maus-tratos. Os estudantes citaram alterações nos tecidos moles (65,3%) e traumatismos dentários (48,5%), como caracetrísticas relacionadas aos maus-tratos. Em relação à denúncia, apenas 30,3% referem o Conselho Tutelar como esfera competente e 35,5% sabem o significado da sigla ECA. Foi observado que os acadêmicos das duas instituições conseguem identificar os sinais de maus-tratos, mas precisam de maiores informações em relação à notificação dos mesmos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Pires ALD, Miyazaki MCOS. Maus-tratos contra crianças e adolescentes: revisão da literatura para profissionais da saúde. Arq Ciênc Saúde. 2005;(1):42-9.

Ramos MLCO, Silva AL. Estudo sobre a violência doméstica contra a criança em Unidades Básicas de Saúde do município de São Paulo, Brasil. Saúde Soc. 2011;20(1):136-46.

UNICEF 2012. Infância e adolescência no Brasil. [Acesso em: 29 fev. 2016]. Disponível em: http://www.unicef.org/brazil/pt/activitie.

Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente. [Acesso em: 28 fev. 2016]. Disponível em http://www.direitos dacrianca.org.br/midiateca/publicacoes/relatorio-geral-do-disque-100-2010.

Brasil. Lei no.8069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. [Acesso em: 2 fev. 2016]. Disponível em http://www.pla nalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8069.htm.

Azevedo MS, Goettems ML, Brito A, Possebon AP, Domingues J, Demarco FF. Child maltreatment: a survey of dentists in southern Brazil. Braz Oral Res. 2012; 26(1):5-11.

Massoni ACLT, Ferreira AMB, Aragão AKR, Menezes VAC, Colares V. Aspectos orofaciais dos maus-tratos infantis e da negligência odontológica. Ciênc Saúde Coletiva 2010;15(2): 403-10.

Greco R. Código Penal Comentado. 10 ed. Niterói: Impetus; 2016. 1263p.

Matos FZM, Borges AH, Mamede Neto I, Rezende CD, Silva K, Pedro FLM, et al. Avaliação do conhecimento dos alunos de graduação em odontologia x cirurgiões-dentistas no diagnóstico de maus-tratos às crianças. Rev Odontol Bras Central. 2013;22(63):153-7.

Serpa EM, Ramos AAS. Percepção dos maus tratos infantis pelos estudantes de odontologia da UFPB. Int J Dent. 2011;10(4):234-41.

Sousa GFP, de Carvalho MMP, Granville-Garcia AF, Gomes MNC, Ferreira JMS. Conhecimento de acadêmicos em odontologia sobre maus-tratos infantis. Odonto. 2012; 20(40):109-17.

Thomas JE, Straffon L, Inglehart MR. Knowledge and professional experiences concerning child abuse: an analysis of provider and student responses. Ped Dent. 2006; 28(5):438-44.

Gomes LS, Pinto TCA, Costa EMMB, Ferreira JMS, Cavalcanti SDLB, Granville-Garcia AF. Percepção dos acadêmicos de odontologia sobre os maus tratos na infância. Odont Clin-Cient. 2011;10(1):73-8.

Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. [Acesso em: 2 fev. 2016]. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Constituicao.

Kellogg ND. Evaluation of suspected child physical abuse. Pediatrics. 2007;119(6):1232-41.

Manea S, Favero GA, Stellini E, Romoli L, Mazzucato M, Facchin P. Dentists’ perceptions, attitudes, knowledge, and experience about child abuse and neglect in Northeast Italy. J Clin Ped Dent. 2007;32(1):19-25.

Cavalcanti AL. Prevalence and characteristics of injuries to the head and orofacial region in physically abused children and adolescents--a retrospective study in a city of the Northeast of Brazil. Dent Traumatol. 2010; 26(2):149-53.

Cavalcanti AL. Abuso infantil: protocolo de atendimento odontológico. Rev Bras Odontol. 2001;58(6):378-80.

Cavalcanti AL. Manifestações físicas do abuso infantil: aspectos de interesse odontológico. Rev Paul Odontol. 2003; 25(5):16-9.

Avon, SL. Forensic Odontology: the roles and responsibilities of the dentist. J Can Dent Assoc. 2004;70(7):453-8.

Vieira ELR, Katz CRT, Colares V. Indicadores de maus-tratos em crianças e adolescentes para uso na prática da odontopediatria. Odont Clin-Cient. 2008; 7(2):113-8.

Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência/ ABRAPIA. Maus-tratos contra crianças e adolescentes: proteção e prevenção. Guia de orientação para profissionais da saúde. Rio de Janeiro. 2001.

American Academy of Pediatric Dentistry. Guideline on oral and dental aspects of child abuse and neglect. Ped Dent. 2013/2014; 35(6):163-6.

Ramos Nitani ON, Bonassi SM. Abuso sexual contra crianças: diagnóstico psicológico pericial sob o olhar psicanalítico. An Sciencult. 2011;1(3). [Acesso em: 2 fev. 2016]. Disponível em http://anaisonline.uems.br/ index.php/sciencult/article/view/3321/3294.

Downloads

Publicado

28-03-2018

Como Citar

Busato, C. de A., Pereira, T. C. R., & Guaré, R. O. (2018). Maus-tratos infantis na perspectiva de acadêmicos de Odontologia. Revista Da ABENO, 18(1), 84–92. https://doi.org/10.30979/rev.abeno.v18i1.394

Edição

Seção

Artigos