Notificação de violência: conhecimento de cirurgiões-dentistas que atuam na Região Carbonífera, SC
DOI:
https://doi.org/10.30979/rev.abeno.v18i2.482Palavras-chave:
Conhecimento. Violência. Sistemas de Informação em Saúde. Odontologia.Resumo
O objetivo do estudo foi analisar o conhecimento e conscientizar cirurgiões-dentistas sobre a notificação compulsória de violência interpessoal /autoprovocada. Tratou-se de um estudo quantitativo, do tipo transversal e de análise descritiva, desenvolvido nos doze municípios da Região Carbonífera, localizada no sul catarinense, com os cirurgiões-dentistas da rede pública. Da população de 134 cirurgiões-dentistas, 108 (80,6%) responderam ao questionário. Destes, 56 (52,8%) eram do sexo masculino; 61 (56,5%) estudaram em universidade pública; 27 (25%) estão formados há mais de 21 anos e 21 (19,6%) possuem especialização em Saúde Coletiva. Sobre o conhecimento dos profissionais acerca da ficha de notificação de violência, apenas 21,3% (n=23) relataram conhecê-la. Em relação aos tipos de violência, a física foi a mais citada pelos dentistas. No teste de Qui-quadrado de Pearson, observou-se significância estatística na associação do gênero feminino com possuir mais conhecimento sobre a ficha de notificação (p=0,036). Verificou-se que os profissionais desconhecem tanto a ficha de notificação quanto o banco de dados desse instrumento (p=<0,001), revelando, também, que a maioria nunca participou de atividade educativa sobre a temática (p=<0,001). Conclui-se que os cirurgiões-dentistas que atuam na rede pública dos municípios da região carbonífera demostraram pouco conhecimento quanto aos tipos de violência, a notificação compulsória de violência e ao encaminhamento das vítimas, porém, eles demonstraram interesse em aprender sobre o tema, pois participaram ativamente da atividade educativa realizada posteriormente à coleta de dados.
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