Opinião de cirurgiões dentistas sobre atividades de preceptoria na formação de estudantes de Odontologia de uma universidade brasileira

Autores

  • Pablo Erik da Silva Lopes universidade federal de Pernambuco
  • Elaine Judite de Amorim Carvalho
  • Fábio Barbosa de Souza
  • Sílvia Regina Jamelli
  • Márcia Maria Dantas Cabral de Melo

DOI:

https://doi.org/10.30979/rev.abeno.v18i3.578

Palavras-chave:

Estágios. Preceptoria. Atenção Básica à Saúde. Sistema Único de Saúde.

Resumo

O objetivo deste estudo foi conhecer a opinião de cirurgiões-dentistas sobre a atividade de preceptoria desempenhada por eles nos estágios curriculares 1, 2 e 3 do curso de Odontologia da Universidade Federal de Pernambuco, realizados em unidades da Atenção Básica à Saúde no município de Recife. Realizou-se estudo descritivo e de abordagem quantitativa. De um universo de 36 cirurgiões-dentistas foram incluídos aqueles com no mínimo um ano de experiência como preceptor. Para a coleta de dados utilizou-se formulário de entrevista semiestruturada, submetido à validação de face e aplicado face a face. Todos os 26 preceptores que atenderam ao critério de inclusão foram entrevistados, sendo 80,8% mulheres; 92,3% com vínculo de trabalho efetivo; 96,2% pós-graduados, sendo 80,2% deles especialistas em Saúde da Família. Apenas 15,4% recebiam incentivos para preceptoria, mas não estavam satisfeitos; 11,2% receberam formação em preceptoria; 92,3% demandaram capacitação para exercê-la; 69,2% atuaram nos três tipos de estágios. Prevaleceu (76,3%) a preferência por atuar no estágio 3 (clínico) do que nos dois outros (extra-clínicos). Para 65,3% deles a estrutura física e organizacional para exercer a preceptoria é ruim, 69,2% avaliaram como insatisfatório o apoio institucional do serviço e 57,7% o da universidade, apesar dos esforços da instituição formadora em promover educação permanente e presencial nos serviços. Os pontos positivos mais citados foram a troca de saberes com os estudantes e docentes e a importância de integrar o estudante ao Sistema Único de Saúde. Conclui-se que embora valorizem a preceptoria, prevaleceram insatisfações de ordem trabalhista, de condições de trabalho e de formação que precisam ser enfrentadas.

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Publicado

24-09-2018

Como Citar

Lopes, P. E. da S., Carvalho, E. J. de A., Souza, F. B. de, Jamelli, S. R., & Melo, M. M. D. C. de. (2018). Opinião de cirurgiões dentistas sobre atividades de preceptoria na formação de estudantes de Odontologia de uma universidade brasileira. Revista Da ABENO, 18(3), 169–180. https://doi.org/10.30979/rev.abeno.v18i3.578

Edição

Seção

Artigos