Estudantes de Odontologia cotistas e o instrumental odontológico
DOI:
https://doi.org/10.30979/rev.abeno.v19i3.763Palavras-chave:
Ação Afirmativa. Estudante de Odontologia. Odontologia. Política Pública. Universidades.Resumo
A Política de Cotas para o ensino superior no Brasil propõe a reserva de vagas para estudantes oriundos de escolas públicas, pretos, pardos, indígenas e de baixo poder aquisitivo. A aquisição do instrumental exigido no curso de Odontologia representa uma dificuldade para a permanência da maioria desses estudantes. O objetivo deste estudo foi conhecer a experiência de cotistas em relação à aquisição e uso dos instrumentais e materiais para as aulas práticas de um curso de graduação em Odontologia. Foi realizada pesquisa de abordagem qualitativa, por meio de entrevistas semiestruturadas, com 16 estudantes de todos os anos do curso, de todas as modalidades de cotas segundo a Lei 12.711/2012, escolhidos de forma aleatória. O tratamento dos dados baseou-se na modalidade temática da Análise de Conteúdo, de onde emergiram três categorias: “Inclusão”, “Exclusão” e “Discriminação”. O apoio da comunidade universitária, família e colegas figura como mecanismo de inclusão, por favorecer a permanência desses estudantes, assim como o programa de empréstimo de instrumental a estudantes de baixa renda dessa Universidade. Por outro lado, o programa também foi considerado fator de exclusão por não oferecer todo instrumental solicitado e alguns apresentarem baixa qualidade. Os entrevistados relataram sofrer discriminação, por pequena parte dos professores, e se sentirem excluídos quando utilizam instrumentos fora do padrão exigido. O desafio para a instituição pesquisada é garantir as adequadas condições materiais para o aprendizado desses estudantes, propor estratégias para a melhoria do programa de instrumental e implementar ações visando à capacitação docente.
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