A formação interprofissional na saúde indígena
a experiência do projeto “Huka Katu”– a FORP-USP no Xingu
DOI:
https://doi.org/10.30979/revabeno.v21i1.1670Palavras-chave:
Saúde de Populações Indígenas, Educação Interprofissional, Índice de Avaliação de Saúde Bucal Geriátrica, Competência Cultural.Resumo
Para o alcance dos princípios do Sistema Único de Saúde é necessária a formação de profissionais de saúde integrados à rede de saúde e que reconheçam a necessidade das diferentes realidades brasileiras, como a atenção aos povos indígenas. O objetivo é apresentar um relato de experiência para a reorientação do modelo formador priorizando a integração ensino-serviço-comunidade e a contribuição da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo para a efetivação das Políticas Públicas de Educação e Saúde, explorando sua interface com a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e a Política Nacional de Saúde Bucal. As ações formativas propostas no Projeto “Huka Katu” envolvem a reorientação do modelo formador e assistencial junto à comunidade. As etapas preparatória e operacional são desenvolvidas nas disciplinas optativas livres - Atenção à Saúde Bucal em Populações Indígenas I e II. No período da pandemia da COVID-19, a disciplina I tem se desenvolvido em ambiente virtual com uso de metodologias ativas de ensino-aprendizagem e abordagem do cuidado intercultural. A disciplina II é desenvolvida no contexto da atenção primária nas aldeias do Parque Indígena do Xingu, com ênfase na integralidade da atenção em saúde e aprendizagem pela vivência do trabalho em saúde indígena, junto a equipes multiprofissionais. O Projeto tem contribuído na formação de profissionais de saúde para o trabalho em equipe colaborativo, com egressos envolvidos diretamente na assistência ou na gestão de saúde no subsistema de saúde indígena.
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