CEO-Endodontia da UFRGS: um estudo transversal sobre a prevalência de atendimentos, características dos pacientes e documentação dos prontuários
DOI:
https://doi.org/10.30979/rev.abeno.v15i4.222Palavras-chave:
Prontuário. Endodontia. Centro de Especialidades Odontológicas.Resumo
O presente estudo sobre tratamento de canais radiculares teve como objetivos: i) fornecer um panorama de atendimentos dos pacientes referenciados pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Porto Alegre no CEO da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e ii) investigar a conformidade de preenchimento dos prontuários clínicos dos pacientes atendidos. Foram analisados 242 prontuários. Os dados coletados foram inseridos em uma tabela com as seguintes informações referentes a cada paciente: 1) número do prontuário, 2) idade (anos e meses), 3) gênero (masculino/feminino), 4) dente, 5) número de consultas, 6) presença de radiografia final do dente obturado, restaurado e sem isolamento absoluto (sim/não), 7) qualidade da radiografia (adequada/ inadequada), 8) presença da radiografia final do caso no momento da obturação (sim/não), 9) qualidade da radiografia (adequada/ inadequada), 10) consentimento informado assinado pelo paciente (sim/não), 11) entrevista dialogada preenchida (sim/não), 12) presença da informação sobre o diagnóstico pulpar ou periapical (sim/não), 13) relato da finalização do trata-mento/obturação do dente (sim/não), 14) relato sobre a restauração provisória coronária (sim/não), 15) informação sobre a contra-referência para a UBS (sim/não). Foi realizada análise descritiva (frequência e percentagem) dos dados e correlação entre as variáveis idade (faixa etária) e i) gênero, ii) dente (posterior ou anterior), iii) grupo dentário e iv) número de consultas. Houve predominância de pacientes do sexo feminino (63,2%) em todas as faixas etárias, exceto em pacientes com 60 anos ou mais, onde predominaram pacientes do sexo masculino. Os dentes que mais sofreram intervenção foram os posteriores (60,3%), exceto em pacientes na faixa etária 50 a 59 anos. Os 1os molares foram os dentes que receberam mais tratamento endodôntico (28,9%), principalmente em pacientes adultos-jovens (menores de 19 anos até 39 anos de idade). Na maioria dos casos o tratamento foi concluído em poucas consultas (67,4% das vezes em até 3 consultas). Os pontos negativos observados foram: deficiente armazenamento e qualidade das radiografias; ausência da história médico-odontológica do paciente; falta da descrição do diagnóstico pulpar/periapical e ausência da assinatura do paciente autorizando o tratamento. Os pontos positivos encontrados foram: a finalização do tratamento endodôntico foi documentada em 100% das vezes e a realização da restauração provisória coronária foi documentada na maioria das vezes (95%). Os achados deste estudo, além de evidenciar o perfil de atendimento do CEO-Endodontia da UFRGS, podem contribuir para o desenvolvimento de estratégias que impulsionem mudanças positivas no serviço odontológico, tais como incentivo do pensamento crítico e ético no aluno/profissional em relação à magnitude da importância do correto preenchimento dos prontuários clínicos e geração de ideias que possam aprimorar os meios de armazenamento das radiografias nos prontuários.
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