Iniciação científica, vivências acadêmicas e rendimento de graduandos em Odontologia e Medicina
DOI:
https://doi.org/10.30979/rev.abeno.v19i4.837Palavras-chave:
Pesquisa Científica. Rendimento Escolar. Formação Profissional.Resumo
O Programa de Iniciação Cientifica (PIC) busca despertar a vocação e estimular o desenvolvimento do pensamento científico em graduandos, tendo sido identificado previamente que a participação no PIC institucional apresentou impacto positivo no coeficiente de rendimento (CR) de estudantes de Odontologia, o que não ocorreu com os de Medicina. Desta forma, desenvolveu-se o presente estudo observacional, que visa avaliar aspectos pessoais, contextuais e vocacionais das vivências acadêmicas que possam ter influenciado este achado. Participaram 123 alunos PIC, sendo 74 (60,2%) do curso de Odontologia (O) e 49 (39,9%) do curso de Medicina (M). A versão reduzida do Questionário de Vivências Acadêmicas (QVA-r com 54 questões e resposta em escala do tipo Likert) foi aplicada. Os dados foram tabulados e analisados utilizando-se o teste t de Student (α=5%). Os principais resultados apontaram que as dimensões carreira, estudo e institucional diferiram entre os grupos, com maiores pontuações médias para estudantes do curso de Medicina na dimensão carreira (M=4,1±0,6; O=3,8±0,4). Para os do curso de Odontologia, maiores pontuações médias foram observadas nas dimensões estudo (M=3,6±0,5; O=3,9±0,7) e institucional (M=3,7±0,2; O=4,1±0,2). Não houve diferença entre os cursos considerando as dimensões pessoal e interpessoal e o QVAr geral. Conclui-se que vivências acadêmicas diferenciadas podem ter influenciado o antagônico impacto do PIC no CR dos estudantes de Odontologia e Medicina.
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