Trajetória de educação na pós-graduação e atuação profissional de egressos de Odontologia
uma análise de doze anos (2007 a 2019)
DOI:
https://doi.org/10.30979/revabeno.v21i1.1687Palabras clave:
Recursos Humanos em Odontologia, Educação de Pós-Graduação em Odontologia, Educação em Odontologia, Capacitação de Recursos Humanos em Saúde, Satisfação no Emprego.Resumen
Avaliar a trajetória de graduados em Odontologia é importante para garantir o alinhamento adequado dos currículos odontológicos às necessidades da sociedade. Este estudo observacional transversal descritivo teve como objetivo caracterizar o perfil sociodemográfico-familiar e a trajetória de educação na pós-graduação e de atuação profissional de cirurgiões-dentistas egressos de universidade pública do Sul do Brasil. Foram convidados a participar do estudo todos os egressos que concluíram a graduação em Odontologia nesta universidade, entre 2007 e 2019. A coleta de dados aconteceu pelo autopreenchimento de instrumento semiestruturado online, pré-testado, organizado em três dimensões (perfil sociodemográfico-familiar, educação na pós-graduação e atuação profissional). A análise das questões objetivas foi realizada por estatísticas descritivas e as abertas pela análise temática de conteúdo. Participaram do estudo 245 cirurgiões-dentistas (percentual de resposta: 25,7%). A maioria eram mulheres (68,6%), com 26 a 32 anos (73,9%), solteiros (71,4%), sem filhos (92,7%), naturais (51,4%) e residentes (59,2%) na cidade onde cursaram Odontologia e trabalham (67,5). A renda pessoal mensal foi de 5 a 10 salários mínimos (36,7%). Atuam na Odontologia (97,1%) e estão satisfeitos com a profissão (79,6%). Realizaram ou estão realizando cursos de pós-graduação (94,3%), concluídos em até três anos após a graduação (58%), principalmente especialização (62,8%), nas áreas de Saúde Coletiva, Ortodontia e Implantodontia. Setor privado mostrou-se o maior empregador dos cirurgiões-dentistas (60,8%), entretanto, a atuação no serviço público cresceu entre os egressos de 2010-2019 (2,4% para 20,7%). Estudos de acompanhamento destes egressos são recomendados para avaliação do curso e das demandas/desafios contextuais que caracterizam a profissão de cirurgião-dentista no Brasil.
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