O perfil acadêmico dos coordenadores dos cursos de Odontologia brasileiros
uma interface com a Bioética
DOI:
https://doi.org/10.30979/revabeno.v23i1.2075Palavras-chave:
Descrição de Cargo, Organização e Administração, Bioética, OdontologiaResumo
As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Odontologia orientam para uma formação humanista, crítica, reflexiva, e pautada em princípios éticos/bioéticos. Considerando que os coordenadores dos cursos de graduação são fundamentais no processo de formação, foi realizada uma pesquisa nacional, objetivando analisar o perfil acadêmico desses atores. Trata-se de pesquisa transversal, documental, exploratória e analítica. A coleta de dados ocorreu entre junho e julho de 2020, a partir da consulta aos currículos na Plataforma Lattes. Realizaram-se análises descritivas e univariada. Foram analisados os currículos dos coordenadores dos 446 cursos de Odontologia em atividade no Brasil. Destes, 53,0% eram do sexo masculino; 94,2% formados em Odontologia; 81,2% possuíam pelo menos uma especialização, 89,5% mestrado e 52,0% doutorado; 0,4% possuíam especialização em bioética e 0,7% em odontologia legal; 0,7% possuíam mestrado em odontologia legal; 11,7% já haviam lecionado disciplinas nas áreas de ética (deontológica e bioética); 3,8% participavam de projetos de pesquisa e 2,0% de projetos de extensão relacionados à ética; e 6,1% tinham publicações relacionadas à deontologia, ética e/ou bioética. Conclui-se que a maioria dos coordenadores possui cursos de especialização e mestrado, e pouco mais da metade possui doutorado. No entanto, poucos têm alguma formação nas áreas de ética e/ou bioética, ou apresentam projetos de extensão e pesquisa nesses campos do conhecimento.
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